terça-feira, 9 de maio de 2017

PM dá 'enquadro' em jovens e faz batalha de rap em Metrô de SP



O soldado Marlon Polidoro entrou na Polícia Militar de São Paulo há pouco mais de dois anos e com isso realizou um sonho antigo de ser policial. Mas mesmo vestindo a farda cinza que demanda uma certa dose de coragem e valentia, ele já tinha realizado um outro desejo mais artístico: ser cantor de rap. Com CD gravado e lançado ano passado, o trabalho de músico veio à tona na sexta-feira (5), quando um vídeo viralizou nas redes sociais. Nas imagens, ele aparece fazendo uma batalha de rap com dois jovens desconhecidos em um vagão da Linha Azul do Metrô.

Depois de trabalhar em um plantão na 2ª Companhia do 22º Batalhão da PM, em Cidade Ademar, na Zona Sul de São Paulo, Polidoro disse que pegou um ônibus até o Terminal Jabaquara, por volta das 23h, de onde seguiu de Metrô até a estação Portuguesa-Tietê. O destino era o descanso de sua casa.

Bastou andar uma estação para algo o incomodar na viagem. Na estação Conceição, dois jovens entraram no mesmo vagão em que o soldado estava e começaram a fazer uma batalha de rap entre si. A batida da música, que saía de uma caixinha pequena portátil de som, marcava as rimas feitas pela dupla. "Aquilo começou a me incomodar, porque sempre mexi com música, canto rap e tenho CD gravado. Fiz sinal para eles virem perto de mim. Eles olharam assustados, acharam que tomariam um enquadro, mas eu falei para a gente rimar, fazer uma batalha. Eles começaram a rir."

"Foi um momento ali de 20 minutos que a gente curtiu um momento bom. A gente nem pensou em gravar nada, nem sabia que existia o vídeo. Isso aconteceu há uns 25 dias. Do nada eu fui surpreendido. Meus colegas começaram a me mandar mensagem falando que tinha um vídeo meu circulando na internet", disse o soldado.

Carreira artística

Soldado Polidoro gravou o CD "Fé para vencer", que assina com o nome artístico de Marlon Black Style (MBS), com uma pegada gospel. O trabalho foi produzido por Luciano Claw, músico e arranjador que já trabalhou com grupos de pagode e samba, funkeiros e bandas de rap. Ele faz participação especial em uma das faixas do CD. "Eu tenho um vídeo no youtube, mas que teve muito pouca visualização. Fui surpreendido quando vi que esse vídeo do Metrô chegou a mais de 4 milhões de visualizações em apenas uma das páginas."

Meu irmão era cabo músico militar, mas pediu baixa. Servi como soldado músico nas Agulhas Negras [Academia Militar Agulhas Negras, do Exército Brasileiro, no Rio de Janeiro], meu irmão caçula serviu como músico. Meus primos são músicos profissionais, meus tios tocam na igreja, minha mãe canta também, vem de berço essa questão da música", disse Polidoro.

Nunca vi na vida, mas espero revê-los. Estou tentando encontrá-los com certeza, esse momento que aconteceu ali tenho de agradecer a Deus. Os dois rapazes com toda a educação e talento que eles têm e tiveram, mostraram a sabedoria que têm e pudemos desfrutar de um momento bom", disse o soldado.

Ser humano de farda

Para ele, a viralização do vídeo com a batalha de rap no Metrô teve um significado que ele considera importante. "Esse vídeo quebrou uma barreira, serviu para mostrar que dentro de uma farda existe um ser humano, geralmente esse ser humano vem de uma periferia, de algum lugar, fui criado e cresci na periferia, sou um policial militar, tive um sonho realizado, eu só posso dizer que fui abençoado."

O soldado trabalha no mesmo batalhão onde colegas militares são investigados pela morte do jovem Gabriel Paiva, 16 anos, em abril deste ano. Os policiais foram afastados durante a apuração do caso.

Confira o vídeo abaixo:


As informações são do G1

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